domingo, 21 de dezembro de 2008

EDITORIAL


EDITORIAL


O discurso que evidencia a perplexidade da nossa memória embaçada pelos constantes hiatos, verificados há mais de 400 anos reforçado pela atomização e pela idiossincrasia cultural, imposta a nossa gente pela chamada cultura dominante, nos impondo seus signos e estética em detrimento aos nossos valores, através do estigma do branqueamento, a nossa oportunidade se apresenta na medida da colocação de nossa pele, (quanto mais claro, maiores as oportunidades), e ninguém quer ser negro na concepção da palavra, pois o negro em nossa sociedade representa tudo de ruim, é xingamento.
A nossa ancestralidade se prende a nossa consciência, a esperança de nossa valorização através do reconhecimento dos nossos valores, nossos heróis, lendas, mitos a colocação de nossa cultura. Os nossos heróis ainda hoje clamam por justiça, reconhecimento e ainda são considerados marginais, criminosos, assassinos e ladrões, quando identificados. No entanto, sabemos que assim não o são, e, nesta condição os nossos heróis, líderes negros sergipanos, olvidados, clamam por atos de desagravos constantes, não só da nossa comunidade, sobretudo quanto da sociedade que os violentou.

JOÃO MULUNGU – O herói negro sergipano, carece de reconhecimento urgente, de todos os segmentos da sociedade e sobretudo de sua comunidade que o esqueceu, antes mesmo de o amar e identificar. O seu nome deve ser exemplo de todos que na constância reivindicatória, propugna por defender os legítimos direitos de sua comunidade no dia-a-dia em busca de uma sociedade igualitária e mais justa, na solução e encaminhamento dos nossos problemas e na discussão de nossa condição.

A comunidade negra sergipana, deve conhecer os seus heróis, ara que através deste comportamento solidifique a identidade, como meta de esclarecimento da importância de nossa ancestralidade, na construção deste espaço nacional, da história do Brasil e de Sergipe em particular, através dela mesma buscar definir um espaço em que possa estender o reconhecimento além de suas fronteiras e buscar dos legisladores, o reconhecimento público e sem sombra de dúvidas a nossa primeira investida e enquanto comunidade e enquanto negros em busca de nossa ancestralidade e identidade, será resgatar para os nossos, o nosso Herói, pois o seu pleno reconhecimento e a nossa presença firme e inabalável em defesa dos nossos valores. JOÃO MULUNGU, Herói Negro Sergipano, líder dos quilombos coloniais, para que possamos resistir no combate sistemático em nossos quilombos, urbanos e rurais, contra a repressão da máquina que nos massacra e violenta.
JOÃO MULUNGU é nosso. Nos pertence.

Nenhum comentário:

Postar um comentário